Nossos filhos seguirão os nossos exemplos e não os nossos discursos
Costumo dizer que crianças são como esponjinhas, absorvem tudo o que vê e o que ouve – gestos, comportamentos, atitudes, palavras. E quem tem filho ou criança pequena por perto, sabe: basta um simples mover dos nossos lábios para vê-las fazendo igual.
Eu poderia citar uma infinidade de exemplos que a minha influência e a do pai são percebidas na vida dos nossos meninos. Sim, eles ainda são pequenos, mas nos observam em tudo o que fazemos ou deixamos de fazer. Quantas vezes eu reprovei um tipo de comportamento neles e depois os reconheci em mim. Temos a tendência de nos encher de orgulho quando nossos filhos fazem algo legal, bonitinho, demonstrando como estamos sendo bons pais. Entretanto, é difícil aceitar quando eles seguem na contramão de nossos ensinamentos, expressando atitudes e posturas que nós apenas os aconselhamos a fazer, e não necessariamente praticamos.
Ao repreender qualquer comportamento dos pequenos, porque não pensarmos primeiro se, de fato, vivemos aquilo ou trata-se apenas de palavras, discursos e sermões vazios?
É comum que eles copiem de nós não apenas o jeito de falar, andar, como também atitudes e hábitos de vida. A maneira como nos relacionamos com as pessoas ao nosso redor, como nos alimentamos, como enfrentamos as questões da vida, são observadas 24 horas por eles. “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço” não tem vez aqui. Eles imitarão o que vêem e não o que são orientados a fazer. Coerência entre o falar e o agir é fundamental! Mas também não adianta querer impressionar a si mesmo e fazer um esforço descomunal para apresentar bons hábitos e atitudes ao filho, se isso não for real. Encarar o desafio como uma oportunidade para seguirmos melhorando como pessoas, cidadãos e pais melhores, torna o processo leve e natural.
É claro que cada indivíduo tem a sua personalidade e suas escolhas, e não se pode responsabilizar os pais por todos os atos de seus filhos, especialmente quando são adultos, mas são nos primeiros anos de vida da criança que o caráter e a personalidade se formam, e é nesta fase que ela se apresenta altamente influenciável. Percebo nos meus meninos o grande e rápido poder de absorção que eles têm, então, aproveito, mesmo nos momentos mais simples e inesperados do cotidiano, para transmitir os valores que eu e meu marido consideramos importantes. A nossa responsabilidade como pais é grande, uma vez que somos os maiores exemplos àqueles que serão os nossos melhores imitadores!
- Se você jogar lixo na rua, seu filho jogará também.
- Se você mentir ao telefone e seu filho ouvir, ele mentirá para você.
- Se você cumprimentar e respeitar o seu vizinho, seu filho fará o mesmo com a professora dele.
- Se você destratar o seu cônjuge, seu filho fará isso quando casar-se.
- Se você brigar com o motorista que te ultrapassou no trânsito, seu filho se achará no direito de comprar essa briga também quando dirigir.
- Se você pegou o livro emprestado do seu amigo e não devolveu, seu filho pegará o apontador do amigo da escola e achará que é dele.
- Se você zombar do colega de trabalho, seu filho zombará do amiguinho da escola.
- Se você não ceder lugar no ônibus ao idoso ou à grávida, seu filho não saberá a importância de respeitar pessoas nestas condições.
- Se você desrespeitar leis, seu filho achará que está acima delas.
- Se a sua vida é reclamar, seu filho não se satisfará com nada.
- Se você é uma pessoa agradecida, seu filho também será.
- Se você for a melhor versão de si mesmo para o seu filho, ele refletirá o melhor espelho.
Tem um vídeo que viralizou na internet que eu gosto muito, pois demonstra perfeitamente o impacto de nossos comportamentos na vida das crianças. Trata-se de uma campanha da NAPCAN, uma associação australiana que previne o abuso e a negligência infantil.
Por Ana Paula Piedade
Vale a pena assistir:
0 comentários:
Postar um comentário